Contratos de leitura nos quadrinhos argentinos dos anos 70

Resumo

As revistas D’artagnan e Skorpio lideraram o campo das histórias em quadrinhos da Argentina na década de 1970. A primeira foi criada pela editora Columba em 1975 e a segunda surgiu em 1974 no seio da empresa Record, inovaram no mercado editorial em relação aos gêneros e formas narrativas. Aliás, contribuíram para a construção de comunidades imaginadas de leitores e definiram em cânone de autores e de obras no interior do campo dos quadrinhos nacionais. Por isso, ambos impressos foram protagonistas de uma contemporaneidade dentro de uma etapa durante a qual as narrativas sequenciais funcionaram inseridas no sistema da indústria editorial profissional.

Neste artigo comparamos as linhas fundamentais dos contratos de leitura propostos pelas D’artagnan e Skorpio, focando num aspecto da instância de enunciação ou regime do dizer (Lucas Berone, 2014), a saber, a identidade discursiva de capa e outros componentes paratextuais de uma mídia de natureza gráfica, «que agem sobre os planos diversos, e conectados, do visual e o verbal» (Lucas Berone, 2022, p. 26). Nossa análise centra-se em três números de cada revista, publicados em meados de 1978, num momento importante das suas respectivas trajetórias editoriais.